Eis o que fizeram de ti negrinha:
Uma escrava, não mais que uma escrava
que cuida da sinhazinha.
Lavaste, passaste, cozinhaste para a sinhá
amamentastes os filhos dela.
"Faz, negrinha - diz o senhor - senão vai apanhar!"
Eis o que fizeram de ti negrinha!
Uma escrava, que cozinha, lava e passa!
Comendo as sobras, sem direito, sem perdão,
no meio da ignorância, apanhando sem razão!
Na calada da noite, tu pensas em fugir,
para o meio do quilombo,
para o meio dos teus irmãos,
para dançar, cantar...
Fugir da lida maldita,
da humilhação,
dos dias de angústia,
da dor!
Eis o que fizeram de ti negrinha!
Ah, negrinha...
Se eu pudesse eu te comprava,
pagaria um bom dinheiro,
mas não para ser minha escrava!
Não para te maltratar,
não para te impor a dor,
mas para te exaltar,
para ser meu amor!
Ivan Melo Campos
sexta-feira, 6 de julho de 2007
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